Amor, fraterno amor!

                Eram por demais inseparáveis. Às vezes, até os irmãos mais chegados brigam, se desentendem. Mas não eles. Não. A união dos dois comovia os pais, que aproveitavam a distração dos filhos para tentar gerar outros... Claro, o mais legal é que só fosse uma tentativa frustrada.

                No quarto, os irmãos brincavam. Se divertiam. “É sempre um prazer te ter ao meu lado” pensavam. Até em pensamento eram inseparáveis.

                O quarto possuia uma cama de casal e, embora os irmãos já fossem grandes para dormirem em camas separadas, isso não acontecia. Não que os pais não tivessem condições, não era isso. O fato mesmo é que eles queriam ficar juntos. Na mesma cama.

                - Então, a brincadeira que eu aprendi hoje na escola é assim: você deita... Isso, com a perna aberta... assim. Pronto. E eu pego minha boca e coloco aqui... Vai fazer cócegas, mas vai ser gostoso. Vai sentir uma coisa engraçada... É... E eu faço assim, ó!

                Risos ecoaram pelo quarto.

                - Isso é muito gostoso! Deixa eu fazer em você, pra você sentir o que eu senti! As pernas ficam bambas... é bom!

                - Te amo, muitão!

                - Eu sei, também te amo!

                - Vou te beijar... posso?

                - Claro que sim!

                - Ah, eu também quero!

                - E eu!

                - Calma, calma... Eu beijo todo mundo!

                - Mas, mas... Eu quero que você faça aquela coisa comigo!

                Burburinhos se espalharam pelo quarto. Todos queriam se divertir!

                - Vai, levanta o vestido!

                - Assim?

                - isso, guenta aí!

                Posicionando a boca, começou a movimentar-se, fazendo sons prazerosos.

                - Ahhhhh, ahhhh, hahahahahah.

                - Desiste?

                - Desisto! Para de fazer cocégas na minha barriga, e o barulho é engraçado!...Além do mais, você me babou toda!

                - Ah... posso dar um beijinho?

                - Claro! Isso eu aceito!

                Beijos foram distribuidos para todos.

                - Agora, minha vez! Só que eu não quero sentir cócegas... Todo mundo me lambendo!

                - Mano, eu te amo mesmo...

                - É, você é meu herói!

                Falou a menina mais nova.

                - Vamos, assim... Cuidado, essa parte pode machucar se você fizer com força... Isso... assim! Ah! Ah! AH!

                Portas fechadas fazem milagres! E evitam que pais malvados acabem com a felicidade dos filhos. A culpa é dos pais se os irmãos não praticam o amor.