Reflexão da Semana

A paixão da sua vida
( Marina Colasanti)
Amava a morte. Mas não era correspondido.
Tomou veneno. Atirou-se de pontes. Aspirou gás. Sempre ela o rejeitava, recusando-lhe o abraço.
Quando finalmente desistiu da paixão entregando-se à vida, a morte, enciumada, estourou-lhe o coração.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Nas engrenagens da Laranja (Parte I)

Terminei a primeira parte do livro Laranja mecânica. Então...

QUE LIVRO! Quer dizer, que parte. 

Impossível descrever como me pegou de jeito, sério. Ele me sacudiu do meu marasmo... me tirou do sério. Pegou tudo o que eu achava que conhecia de mim, o que eu achava que "não, isso não acontece comigo. Eu sou diferente!" e simplesmente me desestruturou, tanto que ainda não consegui começar a ler a segunda parte. 

Mas vamos lá... Vamos por partes. 

1- Linguagem


Eu falei várias vezes que não gostei da linguagem, mas isso já não me incomoda mais. Eu decidi que leria o livro tentando depreender sentido das palavras sem consultar o glossário e consegui de boas. Só conferi uma ou duas vezes para saber se a barbaridade que estava sendo feita era aquela mesmo. 

2- Violência

Uma das coisas que mais me chocou nesse livro foi a violência
desmedida. O Alex nessa parte do livro espero que mude mais pra frente é extremamente violento. Líder de uma gangue, Alex sai e faz coisas para se divertir... Estupra. Rouba. Comete violências desmedidas. Essas coisas me incomodaram muito, e isso é algo interessante. Se você já leu algum conto meu, vai perceber que ele é cheio de violência, do início ao fim. Por que isso mexeu tanto comigo? Por que o Alex me machucou tanto?


3- Pais sem pulso


Mesmo que eu ainda não soubesse a idade de Alex no começo, confesso que a família dele me frustrou bastante. Como podem os pais ter tanto medo de falar com o filho? Gente, coloquem limites nos seus filhos antes que vocês comecem a ter medo deles... Medo nunca é uma coisa saudável numa relação, sério.

4- Maioridade Penal 


Eu sempre fui contra a redução da maioridade penal. Sempre achei que adolescentes precisam de punição, mas trancafiá-los em um sistema prisional juntamente com adultos só serviria como um cursinho de como se tornar uma pessoa pior. 

Dito isso, temos Alex. Alex matou. Alex estuprou. Alex era reincidente, pelo que deu para perceber ele tinha um cara meio que tomando conta dele para que ele não cometesse nenhum outro crime e falhou copiosamente. Era líder de gangue. Eu pensei mais de uma vez que Alex merecia ser preso... Sou uma pessoa horrível! 

Mas Alex só tinha 15 anos! 

15 anos gente!!!

E eu pensei que ele estaria melhor preso, junto com os outros caras da idade dele (na minha cabeça, ele tinha 18 ou 19 anos).

Eu estou desolada. Tudo que eu achava que sabia de mim foi por água abaixo. Eu não tinha consciência que Alex era menor de idade, mas isso não foi algo que me impediu de julgar e condenar aquele adolescente. Talvez por essas coisas que fiquei tão angustiada com Alex. 

Enfim

Depois desse baque, estou tentando digerir o livro ainda, portanto vou ler outras coisas nesse meio tempo. Mas não se preocupem, devo começar a ler a segunda parte ainda essa semana.

Beijos da tia Lary.

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