Reflexão da Semana

A paixão da sua vida
( Marina Colasanti)
Amava a morte. Mas não era correspondido.
Tomou veneno. Atirou-se de pontes. Aspirou gás. Sempre ela o rejeitava, recusando-lhe o abraço.
Quando finalmente desistiu da paixão entregando-se à vida, a morte, enciumada, estourou-lhe o coração.

sábado, 17 de maio de 2014

50 tons de paciência.

ATENÇÃO: Deveria ter postado isso em janeiro... mas esqueci :p

É... Fui vencida. 
Já começo essa postagem afirmando que o livro superou minhas expectativas. Isso é bom? Nah...

Admito que os bestseller perderam seu encanto para mim desde que comecei no curso de Letras. Lemos tanta coisa, que alguns tipos de literatura (hahá, quando é literatura?)

É... Os comentários quanto a esse livro de E. L. James não eram os melhores, mas, leitora como sempre fui, decidi investir um pouco do meu tempo e lê-lo antes de sair simplesmente criticando. Agora posso dizer:


QUE-LIVRO-RUIM!

Imagine um livro de Sidney Sheldon com um pouquinho mais de sexo e menos história. Imaginou? é mais ou menos por aí. Se bem que, vai, Sidney Sheldon escrevia bem... 

Melhor: imagine Crepúsculo com menos história e mais sexo (o que seria uma mudança gigantesca, hehe). Pronto. Eis a analogia perfeita. 

Basicamente temos uma mulher que se apaixona por alguém que não deveria e sofre o pão que o diabo amassou nas mãos de sádico, ciumento e humilhante namorado. E gosta. Ou pensa que gosta...

Anastasia (Bella) se apaixona pelo Sr. Grey (Edward) que deixa BEM claro que eles não deveriam ficar juntos. Isso te lembra alguma coisa? 

VÉI, quer imitar alguma coisa? Pelo menos faça isso com alguma obra boa! Pô, Crepúsculo??! Sério? Assim você perde meu respeito. Até a maldita cena de Bella, quer dizer, Anastásia, caindo a autora colocou! Fala sério!

O cara é um sádico que gosta de bater na menina, fazê-la se sentir constrangida e ela, como muita mulher, ACEITA! 

O QUE TEM DE ERRADO COM ESSAS MULHERES?!

"Mas Laryssa, ela sabia onde estava se metendo! Ela fez uma pesquisa... Ela queria aquilo!"

Não, ela não queria. Ela aceitou porque essa era a maneira de ter o homem que ela amava. Ela fala isso em várias partes do texto. Isso te lembra alguma coisa? O jornal sempre mostra mulheres que aceitam ser humilhadas e espancadas pelos seus maridos apenas para que eles não as deixem.Captou a mensagem? 

"Mas Laryssa, pelo menos rolou uma putariazinha, né? Um sexo saudável e descontraído... Sabe, desses que a gente gosta de ver no Redtube..." 

Só. Que. Não!

Até meus contos tem mais conteúdo de impróprio para 18 anos que esse livro. Sério. 

Aí, chega a parte em que deveria rolar uma putariazinha, né? Só que não. 

PUTA QUE PARIIIIIIIIIIIIIIIIU!!!

Era um tal de "mimimi, minha deusa interior, mimimi"!

O que mais me preocupa é que essa pseudoliteratura foi/é lida por MUUUUUUUUITAS mulheres. Meu problema não é somente o texto ser mal escrito, mal elaborado, mal amado, mal trepado (seja lá o que isso significa), nem nada assim. O problema é justamente aquilo que falei anteriormente: a mulher apanha do marido diversas vezes e acha "Ah, ele tem suas justificativas... talvez eu esteja fazendo tudo errado. talvez eu mereça...". Aí, vai e lê esse livro e diz "Realmente, meu marido também teve uma vida difícil... vou ficar com ele e ver isso muda!"

Para finalizar, segue um vídeo que traduz bem a falta de alma do livro



UPDATE: Eu deveria ter publicado esse post no fim de 2012, quando li o livro, mas acabei achando melhor deixar pra lá. Como esse ano algumas colegas ficaram comentando sobre o livro, espero sinceramente que elas leiam esse post. Muahahá!


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