Reflexão da Semana

A paixão da sua vida
( Marina Colasanti)
Amava a morte. Mas não era correspondido.
Tomou veneno. Atirou-se de pontes. Aspirou gás. Sempre ela o rejeitava, recusando-lhe o abraço.
Quando finalmente desistiu da paixão entregando-se à vida, a morte, enciumada, estourou-lhe o coração.

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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Crianças, hah

- Nem vai acontecer naaaaada, deixa de ser bobão!
- Bobão é você!
- Tá com medinho?
- Nunquinha!
- Vai lá então, bonzão...
...
- Maria Sangrenta.
- Maria Sangrenta.
- Ma

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Amanda ama chá

Amanda ama chá.

Amanda chegou em casa como sempre. Tentou ligar o interruptor da sala, ao lado da porta. Nada aconteceu. Suspirou. Era sempre daquele jeito: a fiação da velha casa estava precisando ser trocada, mas ela não tinha tido tempo ainda.
Fechou a porta da sala, chamou Wilow, seu cachorrinho. Esperou. Chamou novamente. Nada.
Decidiu que seria bom tomar um gostoso chá a luz de velas. Conhecia a casa na ponta dos dedos e, sem esbarrar em nada, foi até a cozinha preparar seu chá. Pegou a chaleira, encheu de água filtrada. Sentiu algo passar por entre suas pernas.
- Wilow, seu danadinho – agachando-se para acariciá-lo – você demorou para vir aqui, em? – esfregou a pelagem dura e úmida do cachorro – Nossa, seu porcalhão! Andou bebendo água da fonte de novo? – Disse se referindo à bonita fonte que ficava no salão de inverno.
A casa que Amanda herdou pertencia, na verdade, aos familiares distantes de seus avós maternos. Alguma coisa acontecera e, sendo a única da família ainda viva, a casa lhe veio como um presente quando as suas dívidas a fizeram beirar a falência.
Amanda largou Wilow, lavou sua mão, pegou a chaleira e colocou no fogão, riscando o fósforo. No momento de clarão, todo o ambiente se iluminou com a chama e formas macabras surgiram nas paredes, Amanda simplesmente ignorou-as, como se já as conhecesse.
Enquanto esperava, ligou o player de seu celular, colocou a lista de cantoras francesas e acendeu a vela. Wilow se aproximou por baixo da mesa, como se evitasse a luz, encostando sua pesada cabeçorra nas coxas de Amanda.
- Ei, cabeção, to te dando muuuuuita ração, né? – disse em tom de brincadeira – Ainda por cima, você fica o tempo todo se molhando na fonte, hein? – Disse Amanda, puxando sua mão -  Olha quanta bab...
Amanda franziu os olhos. A baba de Wilow já não estava aquosa e transparente, como antes. Era viscosa, preguenta e cheirava fortemente a acre.
Amanda se assustou. Afastou a cabeça do cachorro de sua perna e ela saiu rolando pela cozinha. Sem conseguir pensar direito, Amanda tentou juntar as peças, aterrorizada. Se a cabeça de Wilow estava no chão, o que estava embaixo da mesa?
“Deve ser coisa da minha imaginação”
Levantou a toalha da mesa e viu um ser completamente repugnante, embebido em uma substância sanguinolenta. Num movimento, Amanda correu em direção a sala.
Esbarrou em todos os móveis da casa: tudo estava fora do lugar. Chegou a porta, tentou desesperadamente abrir, mas a fechadura idiota estava emperrada.
Esbarrou no interruptor que, milagrosamente, acendeu.
A casa estava completamente revirada.
Ao lado da porta da cozinha estava o ser com o resto do corpo de Wilow na boca.
Fechou os olhos, em oração.
Entreabriu os olhos. Pela última vez, suspirou.

Na cozinha, um som melancólico ressoava. Era Piaf, com sua voz de taquara rachada, pedindo-lhe que não a deixasse mais... Como se a morte já não fosse tortura suficiente. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Algemas

Eles eram melhores amigos. Sempre diziam que um homem e uma mulher nunca poderiam ser amigos sem que houvesse pelo menos uma tentativa de cunho amoroso... ou sexual. Mas não entre eles dois. Por mais que insistissem, nada rolava.
            “Ele deve ser gay!” diziam as amigas dela. Mas, todas as namoradas que ele tivera eram modelos... Ou muito ricas. “Ela deve ser frígida!” diziam os amigos dele. Mas, ela sempre namorara negros altos e fortes, que se gabavam de ter uma namorada que queria mais de cinco por noite. Não. O que eles tinham era uma amizade forte, eterna.
O atual namorado a pediu em casamento e ela aceitou. Mudou-se de cidade com ele, ficando distante de seu amado amigo. Foi uma verdadeira tortura, principalmente para ela. Apanhou muito da vida quando estava distante. Da vida e de seu marido. Voltou para sua cidade com lágrimas e um olho roxo.
Foi a vez dele se casar. Ela era modelo internacional e eles se mudaram para a Europa. Foi uma tortura, principalmente para ele. Foi deportado com sua ex-esposa que traficava cocaína nos desfiles... Voltou para casa com lágrimas e o nariz sangrando.
Quando chegou à cidade, ela foi busca-lo no aeroporto. Abraçaram-se, choraram juntos. “eu te amo”, ele disse. “Eu também...”, ela respondeu. Eles se casaram: ele com uma policial francesa, ela com uma advogada holandesa. Ainda hoje se encontram, e até fazem troca de casais.
Ela adora algemas!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A alma do negócio

               O orgulho da família era o pequeno restaurante na esquina da Rua 7 com a Avenida 13. Sem dúvida, era o melhor restaurante familiar da cidade, com preços razoáveis e ambiente climatizado, deixando o lugar aconchegante e caseiro.
                A família Olivetti morava na casa que era grande o suficiente para ser os dois: casa de família e Restaurante. No melhor estilo vitoriano, a casa era uma das poucas que ainda mantinham o porão e o sotão.
                Dona Deise era a cozinheira. Herdara a casa do pai quando este desapareceu subitamente, logo ao casamento dela com o Senhor Olivetti. Ela era alma do negócio e depositava todas as suas forças para manter o lugar. Já o senhor Olivetti era um homem rude, mas que ainda assim cedia às manhas da mulher. Tratava seus filhos com uma severidade extrema. Era um negócio de família e não eram permitidos outros empregados.
                Eram três filhos. A mais nova era a pequena Dorothy, que só sabia babar e tomar mamadeira, dentre outras coisas nojentas. Os outros dois eram gêmeos: Diego e Lucas. Eram identicos unicamente na aparencia. Eram como Rômulo e Remo; Esaú e Jacó; João e Maria. Certo, essa última não tem muito a ver com a história, mas deixa para lá. O fato é que, enquanto lucas era arteiro, Diego era delicado. Enquanto um era ganancioso, o outro era generoso. Lucas era galinha e Diego era... Hum... Virgem (?).
                Certo dia, Dona Deise pediu para que eles fossem ao lado da cidade comprar condimentos para o prato do dia: Ensopado.
                Depois de tudo comprado, cada um tomou um rumo diferente. Lucas foi para a rua onde ficavam as garotas que ele dizia que tinham ‘uma vida divertido’. Putas, por assim dizer... Diego foi para a livraria encontrar a paixão de sua vida, seu primeiro amor. Quero dizer, sua primeira paixão...
                Druzianna era linda. Pele branca, seios fartos e torneados perceptíveis pelo uniforme da livraria. Seus olhos verdes eram doces e aparentemente inocentes, mas com uma calor contagiante que se instigava cada vez que olhava para Diego. Eles se conheciam a pouco mais de um ano, mas nunca haviam saído, mesmo a paixão já sendo visível. Ele havia a convidado para sair, finalmente, e iriam depois do trabalho dela. Era para isso que trazia um vestido vermelho, com alças delicadas.
                – Então... Como foi seu dia hoje?
                – Be... Bem – “ótima hora para gaguejar, Diego!” Pensou ele e respirando fundo – Você larga de que horas mesmo?
                – Hum – Druzianna olhou para o relógio – daqui a pouco mais de uma hora... você vai esperar?
                Diego pensou, tinha de termina de se arrumar, queria que a noite fosse única. E seria. Pelo menos para ela.
                – Eu vou levar esses coisas para minha mãe e volto. Onde quer jantar?
                – Ué, leve-me ao seu restaurante...
                – Certo.  Até mais...
                Saiu da loja cantarolando baixinho. Encontrou Lucas saindo de um apartamento. Logo atrás dele vinham três mulheres e um anão.
                – Se não quer a verdade, não pergunte...
                – Ok, mas um anão?! – Disse Diego inconformado.
                – E a guria? Vai comer ela quando?
                Diego suspirou
                – Aff, você só pensa nisto?
                – Hum... Deixa um pouco para mim? Afinal, somos uma família...
***
                Druzianna saiu do trabalho as sete e Diego já a esperava. Passearam um pouco pela cidade e, lá pelas dez, foram jantar.
                Dona Deise estava encantada com a garota. “Ela é linda” comentou com o marido. Seu Olivetti apenas respondeu “isso prova que nosso varão não é gay! E isso vai contra todas as estatísticas”.
                Àquela  hora havia poucas pessoas no ambiente e à meia noite o restaurante fechou. A família deixou os dois a sós e foram dormir.
                Beijaram-se. A coisa começou a esquentar.
                – Onde é seu quarto? – disse Druzianna ofegante.
                – Descendo aquelas escadas.
                O quarto era quente, úmido e mal iluminado, mas tinha uma cama imensa. Druzianna arrancou a roupa de Diego que quando se deu conta estava deitado na cama.
                – É agora que é a coisa esquenta!
                Dormiram juntos, abraçados.
                Às quatro horas da manhã, o relógio biológico de Diego o acordou. Druzianna já não estava lá e ele pensou que ela estava no banheiro. Achou que deveria subir e ajudar sua mãe a amaciar a carne que seria cozida aquele dia. Chegou ao sotão e qual não foi sua surpresa ao ver Lucas nu da cintura para baixo. E o pior: Druzianna estava acorrentada e gemendo desesperadamente.
                Diego entrou no quarto e ficou ainda mais estarrecido: sua família inteira estava lá assistindo àquele bizarro espetáculo.
                – Vem, vem Diego... Senta aqui. Ela estava começando a implorar agora... – disse a mãe.
                – É, ela achava que Lucas era você... Além de mulher é burra, sem ofensas, Deise.
                – Como é que é? Ela... Ela... Mãe... Eu a amo!
                – Ama? Faça-me o favor, Diego... Ela é uma qualquer.
                – Mas eu a AMO!
                – Ai Diego, que coisa emo, ama do jeito que amava Paolo? – Perguntou Lucas, limpando o sangue de suas pernas.
                Diego acabou meio que viajando com a lembrança de Paolo... Ah... Paolo e sua negra “sensualidade”. “Que negro era Paolo... Me possuiu como nunca ninguén fez”
                – Viu só? Sai daí, a Dorothy tá querendo aprender isso... Se sabe ela tá naquela fase de fazer tudo o que vê...
                Diego voltou a si, neste momento.
                Pegou um fio que a mãe usava para fazer linguiça e partiu para cima de Lucas.
                – Seu imprestável... Eu a am...
                Parou. Uma dor aguda surgiu na sua perna esquerda... ele caiu no chão. Do outro lado da sala, seu pai recarregava a 12.
                – Da pra ficar quieto e deixar seu irmão terminar? – virou pra Lucas – Amarra ele também... vamo ver pelo menos antes de morrer ele honra sua família... vai conhecer a vara dos Olivetti.
                Druzianna gritou. Foi a última coisa que fez.
***
                Às seis da tarde o restaurante já estavam lotado. O prato do dia era uma espécie de feijoada. Dona Deise atendia uma senhora que insistia em saber o segreda da comida.
                – Ok... Mas você não pode dizer nem o que você coloca nesta linguiça? É tão saborosa.. Com um sabor leve...
                Deise sorriu.
                – Acho que este se eu contar, você não vai acreditar.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A fome e a vontade

            Os movimentos ágeis de seus corpos causavam nele leve ojeriza. Era, de certa forma doentio observá-los. Mas ele queria. Almejava. Implorava. Quase dava para senti-los mexendo. Leeeentoooos, determinados. com forme o tempo ia passando, líquidos eram produzidos e por eles liberados, lubrificando o ambiente, facilitando a movimentação.
            Aqueles inocentes e pequenos logo teriam um triste fim. Fim este que, planejado com antecedência, tudo tinha para dar certo. Planejado por aquele que toda a cena observava.
            Cuidadosamente, pegou o serrote e começou a serrar a pútrida peça de carne. Fatiou em pequenos pedaços. Separou-os. O restante da peça foi para o refrigerador. Acendeu a boca do fogão e numa frigideira despejou o azeite, os alhos e cebolas.O novo cheiro empesteou a casa: comida boa chegando. Quando o alho e a cebola estavam douradinhos, jogou os pedaços da escura carne.
            A mesa, arrumada para duas pessoas, estava impecável.
            - Déstruza, amor, o jantar está servido!
            Um longo silêncio se seguiu.
            - Venha, o jantar vai esfriar!
            O barulho das rodas da cadeira anunciavam a chegada de uma adoentada mulher. Seu rosto, mostrava muita dor.
            - A anestesia já está parando de fazer efeito? – perguntou preocupado, olhando para onde deveria estar a coxa de sua esposa.
            A moça mal conseguia falar, seu rosto inchado e protuberantemente roxo bem que tentou emitir algum som. Tudo o que conseguiu foram lágrimas.
            - Deixe-me ajudar. Assim  - posicionou a cadeira de rodas em um dos cantos da mesa, de modo que ficasse de frente para ele – prontinho! Vou lhe servir agora.
            Pegou o prato e montou-o perfeitamente, quase como uma obra de arte.
            - Coma, a carne é de primeira! E essas aqui – apontou para as larvas frescas – eu acabei de colher! Prove! Acho que amanhã poderei tirara mais algumas de seu braço.
            Ela chorou. As lágrimas pareciam que iriam sufocá-la, junto com os soluços.
            Ele se alterou.
            - Você sabe que eu odeio lhe bater, mas se você continuar chorando assim vou ter que tomar uma atitude!
            - Burquê? – perguntou, ou tentou perguntar a mulher – se nada faço de correto, burquê fica comigo?
            - Ora, minha amada. O casamento é assim: Até que a morte nos separe.
            E com uma largo sorriso, colocou lenta e docemente a comida na boca de sua esposa.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Tédio (im)produtivo.

De tanto olhar para o nada, o tédio se fez. Tédio. Tédio. Téééééédio.

De tanto olhar para a tevê, o tédio se fez. Tédio. Tédio. Téééééédio.

De tanto fazer o sangue escorrer pelo frágil osso púbico, a felicidade se fez. Felicidade. Felicidade. Felicidaaaaaade.

De tanto fazer ossos se esmigalharem, pessoas implorarem por socorro, estupros e assassinatos acontecerem, a felicidade se fez. Felicidade. Felicidade. Felicidaaaaaade.

De tanto fugir do tédio, uma escritora se fez. Escritora... 

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

EDOM

Acordava com receio de tudo. Tudo era complicado, tudo era pecado. Não colocava fim ao seu medo porque tinha medo. No fim, de tanto medo enlouqueceu.
E, uma vez na vida, foi feliz.

A Separação

Viviam juntos a muito tempo. Comiam juntos, dormiam juntos, trabalhavam juntos.Há tempos ele tentava lhe contar como se sentia.Não conseguia mais suportá-la, ela era um peso em sua vida.Enfim, ele decidiu tomar coragem e abrir seu coração, literalmente. Brigaram. Depois de muitas discusões, decidiram se separar. Toda separação é um processo doloroso e angustiante. Ela ainda tentou persuadi-lo a tentar mais uma vez, mas ele estava irredutível.

No dia seguinte os jornais anunciavam "Gemeos siameses morrem em mesa de cirurgia.".
Enfim separados.

A Dama de Branco

Estava andando pela rua. Não sabia ao certo como tinha chegado ali, mas o fato é que ali estava. A rua era quase familiar. Ainda que não a reconhecesse sabia que já havia passado por ali. 
A luz de um poste piscou algumas vezes antes de apagar de vez. Os flashs a deixaram meio zonza e desorientada. Quando seus olhos se adaptaram a escuridão quase total da esquina... 
Um grito.
Pelos arrepiados. 
Ela se apavorou e correu. Para o lado errado, diga-se de passagem...
***
O som de ossos quebrando é inesquecível. Ele adorava sentir os ossinhos esfarelando ao som dos gritos alarmados de suas presas. Claro, a prática leva a perfeição e ele ainda tinha muito a sofisticar. Por exemplo, o sangue corre mais rápido quando a adrenalina é ativada, de modo que o sangue tende a sair em torrente. Para que a presa não morra tão rápido, suas fraturas são sempre de uma forma que a pele não rompa.
Ele sempre preferiu negros, a consistência da pele desse grupo é muito mais firme do que a dos branquelos, pensava. Hitler estava errado, a “raça” superior, com toda certeza, era a negra. Recoberta por generosas capas de gordura, os ossos ficam ali, quentinhos, só esperando que ele se satisfizesse com seu hobby. O sexo com pessoas que eram “amaciadas” por ele era simplesmente incrível... Já que nem todas as mulheres eram contorcionistas, quebrar seus ossos as deixava mais maleáveis...
Ele estava quebrando os ossos da face de uma mulata, quando ela chegou. Que mulher linda! Seus olhos esverdeados olhavam aterrorizados a cena a sua frente: um homem com uma soqueira de titânio esmurrava uma mulher semi-acordada. Foi esse olhar que o fez se apaixonar por aquela Dama de Branco, cor de ébano.
 Ela se virou para fugir, mas ele a pegou pelo braço. A mulher espancada estava chorando, ou tentava, seu rosto estava tão inchado que sequer conseguia abrir os olhos.
- Me solte – gritou a Dama de Branco – Ou vou chamar a polícia!
Ele sorriu.
- Minha menina – disse-lhe – Ninguém vai te escutar aqui... estamos no meio do nada. Você é minha agora.
Ele olhou para a moça no chão, aquela massa de hematomas que antes o fez delirar...
- Agora não me serves mais – disse – Adeus.
Pisar na cabeça dela foi quase tão excitante quanto quebrar seus ossos. 
- Agora, sou todo seu!
Deu um soco na Dama de Branco, que apagou na hora.
***
Luana acordou ofegando. Estava apavorada. A primeira coisa que fez foi tatear o escuro, tentando reconhecer as coisas a seu redor... Estava em casa. O relógio mostrava que já estava amanhecendo. Ainda tremendo pelo pesadelo, decidiu tomar um banho e se arrumar para o trabalho.
Foi um dia tranqüilo e, quando voltou para casa, à noite, já estava quase esquecida do tal sonho. Como era de hábito, o único momento de seu dia atribulado em que podia se dar o luxo de ler alguma coisa, como um jornal, por exemplo, era depois do trabalho. 
Preparou uma xícara de café, pegou o jornal do dia e sentou na poltrona. 
A manchete a fez tremer de medo: “Mulher encontrada morta com todos os ossos quebrados.”. A xícara se despedaçou ao cair no chão. A imagem que ilustrava a matéria era uma rosa branca, manchada de sangue ao lado do corpo. A legenda dizia: “O maníaco sempre deixa rosas brancas na cena do crime”.
Desistiu de tentar entender a maldita coincidência que estava acontecendo. Tirou a roupa e foi para seu quarto, ainda alarmada. Em sua cama jazia uma rosa branca. 
Foi a última coisa que ela viu.



O Estofador

Ela acordou com fome e sede. Não conseguia mexer as mãos, seu corpo ainda estava dormente. Começou a tentar imaginar que lugar era aquele e por que sentia uma dor lacerante na orelha esquerda.
Descobriu uns cinco minutos depois, quando o sangue recomeçou a correr normalmente, o porquê de não sentir suas mãos antes. Elas estavam amarradas nas suas costas. Junto com essa sensibilidade, começou a sentir uma dor quase insuportável num dos pés. Definitivamente algo não estava bem. Pelo menos o lugar onde estivera deitada –  um sofá de couro tão macio quanto seda – era confortável.
Ainda que ela não conseguisse ver muitas coisas naquela escuridão quase total, seus olhos finalmente se acostumaram com a penumbra a seu redor e ela pôde, enfim, observar o espaço onde se encontrava. Estava numa espécie de porão. A única iluminação do lugar era das frestas no piso acima. O lugar era perfeito para um cenário de um nojento filme de terror. Havia teias de aranhas para todos os lados, algumas coisas no chão que lembravam ossos quebrados.
Infelizmente, saiu do estado de choque e cometeu o primeiro erro da noite, gritando desesperada:
– Meu Deus, o que eu faço aqui? Socorro! Alguém? Eu estou aqui embaixo...
Um barulho surgiu repentinamente de algum lugar acima de sua cabeça: ela acabara de avisar a seu seqüestrador de que estava viva! Imediatamente arrependeu– se de ter gritado e, ainda que escutasse os passos no teto e se aproximando cada vez mais, a única coisa que conseguia fazer era chorar.
– Vejo que minha bela acordou... Que bom!
Ele desceu as escadas e acendeu a luz do porão. A pobre garota deitada no sofá ficou cega por alguns segundos.
– Por quê choras? Não gosta de luz?
Chegou mais perto dela, sentou na ponta do sofá. Ela se encolheu.
– Por que treme tanto? Está com medo?
Ela tomou coragem para retrucar. Ainda que fosse uma menina amedrontada, sua língua continuava afiada como sempre:
– Por que será, né? Será que algo haver com o fato de estar – o volume de sua voz aumentava a cada palavra proferida – num lugar estranho com um maluco homicida?
Pela segunda vez na noite, se arrependeu do que fez. O seqüestrador a golpeou com tanta força que ela nem conseguiu ver de onde veio a porrada.
– Olha só, ela tem coragem. Vamos ver quanto tempo essa coragem ainda dura.
Ele se levantou. Era obvio que ele já tinha feito aquilo muitas vezes. Calmamente ele andou pelo porão e foi até um estranho aparelho e ajustou umas correntes, como quem nada quer. Depois de alguns segundos em silêncio, falou:
– Espero que você não tente testar minha paciência novamente... Eu vou perguntar apenas uma vez: qual seu nome, linda criança?– Sua voz estava leve, mas seus olhos estavam com um ar grave, como se pudesse se cansar da brincadeira fácil e acabar logo com aquilo.
Ela decidiu não arriscar, embora a resposta que ela gostaria de dar não tivesse nada a haver com a pergunta (Algo que envolvia um lugar escuro e fedorento, e algo sobre a mãe do seu seqüestrador). Ah, o prazer daquela resposta custaria mais alguns dentes, então ela preferiu responder apenas a verdade:
– Deise...
– Deise? – disse ele, pegando algumas facas e outros instrumentos, junto com o que parecia ser uma coisa para esticar lençóis... – Então, Deise... Vamos acabar logo com isso!
Tendo dito isso, e ignorando os gritos da moça, se dirigiu a ela e a pegou nos braços, como uma estranha criança. Quando ela tentou morder ele, sua paciência se esvaiu: jogou ela no chão e socou seu rosto. Depois chutou suas costelas. Ela subitamente apagou.
Quando chegou ao aparelho, prendeu as pernas dela nas correntes de baixo, e soltou as mãos das amarras, prendendo-as, em seguida, nas correntes de cima. O pé dela estava inchado e ferido. Mas foi apenas um erro de cálculo: quando ele a raptou, jogou-a de qualquer jeito na mala e fechou a porta com toda a força. Mas tampa não fechou, mesmo com a forte pancada. Tentou mais uma vez e viu que um dos pés estava do lado de fora. Gentilmente, empurrou para dentro e fechou, sem maiores problemas.
Por algum motivo, as pernas dela estavam bem separadas e a arcada do aparelho era levemente curvada, logo ela parecia que estava deitada. Ele rasgou a roupa de Deise, com urgência.
Ela só despertou quando ele tentava abotoar sua calça... Nauseada com o que tinha acontecido, chorou mais uma vez. Desta vez, silenciosamente.
O seqüestrador estava de costas para ela quando ela pediu:
– Por favor, me mate logo...
Ele se virou sorrindo.
– Já? Mas, a diversão começou agora...
Dizendo isto, pegou um objeto que parecia um bisturi, seu sorriso ficou maníaco.
– Estou precisando de uma nova poltrona... Para combinar com o meu sofá novo... Você gostou dele? Bem confortável né? Foram necessários duas negras e um negro para manter o tom e a rigidez necessária.
– Mas eu sou branca...
Ele sorriu.
– Nada que um pouco de verniz não resolva!
E começou a cortar a pele, enquanto ela chorava de dor. Em um dado momento ela não resistiu mais, simplesmente se entregando a dor. Ele já tinha arrancado a pele de suas pernas e seus braços.
****
– Ai, Jorge, eu adorei esse seu conjunto de sofás... Onde você comprou?
Fazia exatamente dois meses que havia terminado mais uma de suas obras primas...
– Eu mesmo que fiz Dalila, quer ver onde ele foi confeccionado? – disse, levantando-se, com um sorriso sinistro no rosto. E num lampejo, ele a atacou.
Foi a última coisa que ela viu.

Abraços, sorriso no rosto




         Ela acordou. Sutilmente tentou levantar-se, mas não queria acordá-lo. Fazê-lo seria no mínimo problemático, para não dizer perigoso. Estava dolorida, seu corpo parecia não querer lhe atender. O sangue seco em sua blusa era nojento, o entre suas pernas, também, principalmente por que não era apenas sangue...
            Seu braço, dormente, parecia um estranho e ensanguentado órgão anexo. Moveu-se um pouco, ele gemeu. Dor. Frenesi. Tudo voltou a sua mente de uma maneira rápida. Aos poucos, o sangue voltou a circular. Mexeu-se. Enfim, conseguiu libertar-se daquele abraço úmido – sangue, vômito e pus.
            Pé ante pé para não acordar o adormecido – não que fosse belo, distanciou-se da cama, a porta estava trancada. Que surpresa!De repente, um urro assustador a faz virar: ele acordara!
            Começou a chorar, a dor retornara com força total.
            – Por que fez isso comigo? Olhe para mim, o que eu lhe fiz?! Liberte-me, eu imploro, ninguém saberá de nada, eu juro!
            Sorriu.
            – Ora bolas, minha querida presa. Jamais libertei nenhum de meus brinquedinhos! Vamos, sorria! Está quase tudo terminado.
            Aproximou-se.
            – Você quer brincar novamente? – pegou a enorme faca de caça – Isso nós podemos providenciar...
            – Ah, por favor, não, de novo não!
            Júlia sorriu. Dirigiu-se à cama e apertou os nós que prendiam Diego a cama. Puxou a faca da bainha e tocou de leve a lâmina na pele do prisioneiro. Um filete de sangue escorreu do pênis, já esfolado.
            – Que a brincadeira comece!
            Os gritos eram empolgantes. Literalmente, sexo selvagem.

Ah, o amor...

Ah, o amor...
Laryssa Oliveira

            Todo namoro quando chega ao fim é trágico. Ele estava conversando com seu amigo no carro, em frente à casa de sua namorada. Estava arrasado. Ora! Nenhum namoro deveria acabar... Principalmente quando se tem amor, pensava ele. Mas, o fato é que ele não agüentava mais.
            – Ah, quer saber?! – disse ele – Já chega! Me recuso a continuar com essa história. Vou acabar com ela.
            – É... Acaba logo com isso. Faz logo o que você tá com vontade... Nunca passou tanto tempo com alguém assim...
            Ele decidiu ir em frente e terminar com sua amada. Desceu do carro e apertou a campainha. Ela atendeu, surpresa.
            – Eu tenho que lhe dizer uma coisa, Diana... Eu não te quero mais... eu te amo, mas assim não dá. Você me prende demais...
            Ela, ainda surpresa, retrucou:
            – Como é que é? Eu lhe prendo demais? Eu nem te c...
            – Pare, não implore mais... Adeus...
            Diane, ainda com expressão de surpresa, mal viu quando ele puxou o soco inglês. A cada golpe, as lágrimas que escorriam do rosto se misturavam com o sangue de sua eterna amada. Em um último ato de amor, com o coração ainda em lamúrias, concedeu-lhe um último beijo.
            Ah, o amor!
           

Escarlate

            O sol, em suma majestade beijava as águas cálidas do mar. Ah, as águas avermelhadas no fim de tarde, bem morninhas... Um deleite aos poucos presentes.
            Deitados na areia, um casal admirava a incrível cena do por do sol: teria algo mais romântico? Ele deitou-se ao lado de sua amada mordiscando, de leve, seus seios nus.
            – Minha querida, não sabes o quanto esperei por isto.
            Ela gemia. Ele gemia. O movimento, que a princípio acompanhava os vai e vem das ondas, se acelerou. Os gemidos eram cada vez mais audíveis, ou pelo menos seriam se houve mais alguém na praia deserta.
            Ele levantou-se cuidadosamente, enquanto ela continuou deitada, quase imóvel. Sem graça, ele falou:
            – Desculpe meu amor, me empolguei e quase te matei de cansaço!
            Ela suspirou.
            – Vou buscar algo para nós. Fique aqui que eu já volto. Prometo!
            Ela ofegou. Ele saiu.
            As amarras serviam quase como um torniquete: estancaram o sangue que deveria sair das diversas fraturas de seu corpo. De fato, sangrando ela não estava, mas a dor era atordoante. Suas pernas, ainda abertas, tremiam descontroladamente.
            Ela percebeu um movimento ao longe, pelo canto do olho. Um calafrio percorreu sua coluna. Ele tinha voltado.
            – Amada minha! – disse – Ficas ainda mais linda à luz do luar...
            Ela estava pretificada de medo, gemendo e chorando.
            Ele se irritou:
            – Para com isso! – deu-lhe um chute nas costelas – Eu juro que é a última vez que eu pego a merda de uma muda! Nem implorar pela própria vida ela consegue!
            Arriou sua calça e pulou em cima dela. Gritando, ou pelo menos tentando, Dalila fazia o possível para se livrar da dor... Quando terminou, ele levantou-se limpando os fluídos que escorriam por suas pernas.
            – Eu odeio você! Nunca mais quero vê-la!
            Aliviada, Dalila pensava que pelo menos ia morrer logo e, assim, ficar livre daquele tormento. A dor estava insuportável, mas ela estava serena: aquilo ia acabar. Desmaiou.
            Algo estava errado. A dor em suas costas estava incrivelmente forte. Bichos andavam sobre ela, maria-farinhas se deleitavam em seus nervos da coluna.
            Sobreviveu por muitas horas, ainda. Quando enfim abraçou a morte, as areias já estavam vermelhas pelo sangue de outra garota.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Algumas coisas sobre mim.

       As pessoas, quando lêem meus contos, ficam me perguntando de onde eu tiro as ideias para escrever. Ora, a resposta é muito simples: da vida!
Meus contos podem não ser reflexões profundas sobre a realidade, mas, ainda assim, mostram coisas da sociedade em que vivemos. Ou coisas que deveriam estar em evidência. 

Em um de meus contos, o "Abraços, sorriso no rosto" (link do Recanto das Letras - o texto ainda não foi publicado aqui no Blog: (http://recantodasletras.uol.com.br/contosdesuspense/2273174), a construção do texto levanta a ideia do leitor de que o assassino é sempre o homem, a mulher é sempre a vítima. Em nenhum momento usei sequer um pronome que levasse a essa interpretação. E meu objetivo era este mesmo. Fazer esse leitor, que carrega em si esse esteriótipo, se chocar ao ver que a maldade está no Homem como ser social e não no homem, pessoa do gênero masculino.

Outra característica que é quebrada, propositalmente, em meus contos é a de que os assassinos são sempre de classe média baixa. Se vocês prestarem atenção, a maior parte dos meus vilões conjugam corretamente os verbos na segunda pessoa do singular (sim, o tu), por exemplo. Essa marca poderia ser de um lugar específico, como o Rio Grande do Sul mas, as pessoas que conheço de lá, e não são poucas, se usam o tu usam inadequadamente: “tu vai?”; “tu trabalha onde?".Não, não. Nos meus contos eles usam da maneira mais adequada... Mostra que esta pessoa pode ser abastada e/ou, por que não, intelectual!

Ora, por que (não sei usar os porquês, vai esse mesmo) pensar que só pode ser assassino quem é pobre e burro? Mais uma vez, ressalto: a maldade está nos Humanos.

Claro, devo admitir que minha mente, às vezes, se empolga na hora de descrever as cenas de sexo e violência. Mas, é melhor descarregar as frustrações no papel, do que fazer como o marido de Dionísia (http://cafecanetasecontos.blogspot.com/2010/09/dionisia.html), e descontar nas pessoas .

Meu conselho é: pensem em meus contos, como pensas na poesia de algum bom poeta, como Nelson Falcão (http://recantodasletras.uol.com.br/autor_textos.php?id=53057&categoria=7) , que tenho a honra de conhecer pessoalmente. Poderia, também, tecer aqui uma lista de autores famosos... que nos fazem refletir sobre a realidade... Mas, voltemos a mim, por que estou egoísta hoje.
Pensem nas coisas que estão na dimensão mais profunda do conto. Analise as coisas da nossa sociedade por eles.

E talvez, só talvez, possas me entender...

E ficarei muito, muito grata!

domingo, 12 de setembro de 2010

Conto: Os amantes da língua






Correções realizadas! Aproveitem ^^
Os amantes da língua
Por Laryssa Oliveira

Era um casal perfeito. Ele, linguísta. Ela, escritora. Os dois se completavam e se deram bem logo de cara, ainda na universidade. Cada qual era brilhante de seu jeito. Diego conhecia e sabia como se comportavam a maioria das línguas do planeta. Diziam que seu conhecimento linguístico deixava Chomsky no chinelo... Saussure, então, nem se fala!

Já Dee Dee, tinha um estilo incrível de escrita. Seus textos eram muito complexos e tinham interpretações diversas. Alguns críticos a consideravam a maior escritora do mundo contemporâneo, o que nem é tão promissor assim.

Bom o fato é que, para onde esse casal ia, toda a elite pseudointelectual do lugar os queria. Eram convites e mais convites para festas na casa de Cicrano, jantares na casa de Beltrano... Mas, o que eles gostavam mesmo era de um cabaré. Literalmente.Os dois se deleitavam no mar da promiscuidade. Amavam conversar – e fazer outras coisas – com as  garotas e garotos de programa. Não importavam-se com cor, etnia, nacionalidade. O que valia era o sexo. Dentre outras coisas...
Dessa vez estavam em uma de suas muitas casas na cidade. O termo “suruba” pode ser usado para definir o que faziam. O chalé onde estavam tinha isolamento acústico, o que era perfeito. As pessoas tendem a gritar com eles. Diego estava escrevendo na mesinha do quarto, enquanto um negro se deliciava, dando-lhe um banho de língua. Dee Dee estava brincando com uma mulata e um garoto aparentemente judeu.

Quando as preliminares acabam, Dee Dee e Diego levataram-se e pediram que seus acompanhantes deitassem na cama. O grupo obedeceu de bom grado. O casal pegou uma grande bolsa e tirou de dentro algumas agulhas.

– Agora sim, disse o grande negro, a brincadeira vai ficar boa!

Dee Dee pegou a seringa. Os que estavam deitados achavam que ela iria injetar algum “bagulho” para eles ficarem “doidão”. Os três ficaram sonolentos. Os olhos bem pesados. Tudo parecia um borrão.

Quando acordaram estavam os três amarrados em macas, com fitas de couro. Na bancada do quartinho mal iluminado estavam dispostos objetos metálicos de aparência nada agradável. Dhore foi a primeira a entender, mais ou menos, o que lhes cercava. Assustada, tentou falar. Alguma coisa mantinha sua boca aberta.
– Vejo que acordaram – disse Dee Dee – não tem problema, quanto mais gritos maiores as chances do ritual dar certo!
Os dois homens voltaram a si. Tentaram, em vão, se mexer, mas as amarras estavam muito firmes. Trabalho de profissionais, mesmo. Dee Dee andou entre as macas, como que escolhendo quem usaria primeiro.
Continua!


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Você sabe o que é um vlog? Não? E um vlogger?

PC do canal Mas poxa Vida
     Vlog (abreviação de videolog)  é uma espécie de blog só que, ao invés de se escrever as coisas que se deseja comunicar, a pessoa  - chamada de vlogger - se filma.

 Tá, grandes coisas Laryssa. Todo mundo conhece o vlog do PC Siqueira  (http://www.youtube.com/user/maspoxavida) e do tal de Felipe Neto (melhor vídeo dele é este aqui, ó http://www.youtube.com/watch?v=2Lp7XO6oWCM).Mas, você sabia que aqui em Natal - RN, também temos vloggers? Não? Então vai conhecer agora!

Certa vez estava eu extremamente entediada - o que não é difícil de acontecer - olhando vídeos no youtube. Na época eu já tinha uma ideia do que era o vlog, já acompanhava os vídeos do PC (olha a intimidade ^^), quando vejo uma guria em uma das janelas da página. Comecei a assistir o vídeo. Qual não foi minha surpresa ao reconhecer aquele bendito sotaque: Estava vendo o vídeo de uma natalense, a Jordana do canal Vamos ou Bora! (esse aqui ó http://www.youtube.com/user/vamosoubora). 

Gente, ela é excelente! Sério, me identifico muitíssimo com ela e gostaria de ter a mesma desenvoltura para fazer vídeos ou qualquer coisa assim. O vídeo dela falando de certos professores universitários é o máximo! Sou très fan!

Pois é, e a surpresa não parou por aí não, tem o Fred, do canal Fredchanel que eu descobri fuçando no canal da própria Jordana... Ele fez um vídeo muito bom, também, sobre os bentidos gatinhos pidões da UFRN. Ah, outra coisa, ele fala muuuuito engraçado, parece um espanhol em algumas partes. Bom demais!

Ah, outra coisa que é legal: RECONHECER os lugares de onde eles estão falando. Caaaaaaara, isso é muito feliz, de verdade

Lilly, do canal Lilaz
Voltando aos outros Vloggers de Natal, recentemente eu descobri que dois de meus colegas do Saga fazem vlog: a Lílian (http://www.youtube.com/user/LilhaSuelen) e o Victor, do canal Olha o MIMIMI (http://www.youtube.com/user/viccavalcante).

A Lilian é uma das pessoas mais fofas que conheço (conheço ela pouco, mas ela é muito meiguinha ^^). Ela canta em uma banda de música japonesa a Kanjou -  que vai tocar no Saga Jam dia 25 de setembro, vamos? - quando fiz a seleção para entrar para o Staff do Saga de Entretenimento, lá estava ela, com seus óculos escuros. Ela já faz vídeos a bastaaaaaaaaaaaante tempo e é muito divertido vê as caras e bocas que ela faz, além de sua indignação quando tem gente perto dela na hora de gravar.

Honorável Victor, do canal Olha o mimimi
E o meu querido e muito fofo chefinho do Saga, o senhor Victor Cavalcante. O cara já é foda por natureza. Começou a organizar o Saga de Entretenimento, junto com outros amigos, aos 17. Hoje, aos 22, é o rapaz mais organizado e eficiente que conheço. Por que, né por nada não, mas fazer um evento cultural   e conseguir atingir um bom número de pessoas já é, em si, um grande feito. Imagine um de cultura japonesa, como é o caso dos eventos do Saga (Saga Jam - que acontecerá esse mês; Anime Sun e Saga de Entretenimento). 

E é um cara novo, o que prova que competência não depende de sua idade, depende de seu esforço e vontade de fazer algo crescer! 
Os vídeos dele são sempre muito engraçados e espontâneos, além de ser tão didático para assuntos técnicos que eu o aconselho a abandonar essa vida de publicitário e investir na docência. É mentira, Victor, fica em publicidade mesmo seu dom é esse mesmo! ^^

Eu já pensei em fazer um vlog... mas eu não consigo levar a sério conversar com uma camera. Sério. Eu fico falando estranho, olhando pra lugares nada a ver... é muito tosco. Definitivamente meu negócio é a escrita mesmo.^^

Pois é galera... vamos valorizar o que é nosso. Não é desprezar os outros vloggers, nem nada do tipo, é ver algo nosso mesmo! Deixemos de achar que só o que é de fora é o bom, pois aqui em Natal tem caras fodões também. 

Eu estou com sono... Muito mesmo... Qualquer coisa a acrescentar, eu edito amanhã ^^

Resuminho dos links:

Honorável mestre Victor, do Olha o MIMIMI: http://www.youtube.com/user/viccavalcante
Site do Saga: www.sagaentretenimento.com.br
Twitter do Saga:  www.twitter.com/sagaeventos
Foto do meu Cachorro: www.meucachorrodeveriatervlog.com.br
Foto do meu dedo: www.meudedoefeiodemais.com.br

Boa noite. 
  


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Meus contos...

Quem me conhece sabe que eu escrevo contos e que estava publicando-os no site do Recanto das Letras. Agora que criei este blog, continuarei mantendo alimentado meu perfil do Recanto, mas os leitores desse blog terão o privilégio de lê-los primeiro aqui.
Falando um pouco sobre meu estilo, as pessoas que conhecem os textos de Marina Colasanti e Rubem Fonseca, não ficarão tão assustados com meus textos. Não é que eu os imite - claro, eu gosto deles e muito absorvi destes grandes autores brasileiros -  mas, eu tenho um estilo estranho de dizer as coisas que quero.
Acho que já não estou falando nada com nada... Posso culpar o cansaço, né?

Então, começarei a publicar meus contos antigos primeiro, sendo à velocidade de dois contos por semana, fora os que eu escrever novos... se der para escrever, né...
Peço encarecidamente que DIVULGUEM o blog e COMENTEM os contos... nem que seja para me dizer que sou feia, chata ou algo assim ^^


Então, té mais!