Reflexão da Semana

A paixão da sua vida
( Marina Colasanti)
Amava a morte. Mas não era correspondido.
Tomou veneno. Atirou-se de pontes. Aspirou gás. Sempre ela o rejeitava, recusando-lhe o abraço.
Quando finalmente desistiu da paixão entregando-se à vida, a morte, enciumada, estourou-lhe o coração.

sábado, 19 de março de 2016

Passarinha [Resenha de livro]

" É assim desde O Dia Em Que A Nossa Vida Desmoronou e papai bateu a porta do quarto de Devon e encostou a cabeça nela e chorou e disse, Não, não, não, não, não." (posição 107-8)
Pois é, eu li - e chorei horrores - com o livro Passarinha, de Kathryn Erskine. Sabe aqueles livros que parecem que caem do céu para você? Esse foi o caso de Passarinha na minha vida. 

Passarinha - Kathryn Erskine (8565859134)
Gênero: Romance,  Ficção Fantástica,  Literatura Estrangeira,  Literatura Infanto Juvenil
Subgênero: Literatura Juvenil / Adolescente, Romance Estrangeiro
Autor: Kathryn Erskine
Editora: EDITORA VALENTINA LTDA



A história de Passarinha é algo muito triste, mas, ao mesmo tempo, muito linda, muito inocente. Para contar essa história sem contar spoilers (eu não tenha nada contra spoiler, até gosto), vou contar um pouquinho sobre a autora e sobre como esse livro nos é mostrado.

Erskine foi muito afetada pelo massacre de Virgínia Tech University, em abril de 2007 e foi com essa empatia que Erskine nos colocou na pele de seus personagens. E, vai por mim, a empatia que faltava a Caitlin, a protagonista com Asperger dessa história, vem de sobra para os leitores. 

Passarinha mostra o dia-a-dia de uma comunidade escolar que foi estraçalhada por um massacre como o de Virgínia Tech... Mas, ao invés de mostrar como a vida da comunidade precisou continuar, a autora nos mostra tudo do ponto de vista micro para o macro.

Como assim, Laryssa, ficou doida?

Explico: Enquanto os jornais, revistas, etc, nos trazem a visão macro - aquela que explica os fatos e introduz depois as pessoas como vítimas e criminosos -, Erskine nos coloca na visão micro: a priori vemos tudo na visão de Caitlin e, pela visão dela, compreendemos a situação macro. Foi uma experiência muito gostosa e angustiante. 


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Caitlin perdeu o tradutor de tudo que havia no mundo: seu irmão. O pai, dilacerado pela violência sofrida, não consegue raciocinar de maneira coerente (e nem poderia) e meio que deixa a filha de lado. A garota não consegue, de fato, entender porque o irmão dela não volta logo... e isso vai partindo nosso coração.

Não vou aqui entrar em mais detalhes e tirar de vocês a maravilha de ler essa obra, mas preciso falar de dois pontos que mais me chamaram a atenção.


  1.  O PAPEL DA PSICÓLOGA
A psicóloga da história teve um papel muito importante na história e no próprio amadurecimento da protagonista. Ela meio que conseguiu ajudar a guria a tentar compreender como funcionavam as coisas a sua volta. A psicóloga vem representar a importância de um especialista na vida escolar. Psicólogos, professores, diretores, etc, todos tem o estudo necessário (dentro de suas áreas, logicamente) para auxiliar os alunos. 

Ainda nessa parte, é engraçado perceber como coisas que os adultos falavam para ela não faziam O MENOR SENTIDO. Por exemplo, quando se dizia que tal coisa era para melhorar sua educação, ela captava somente a parte do "sua educação", sem compreender o que isso significava. Outro exemplo está na expressão usada por ela para designar o momento em que o irmão morreu " O Dia Em Que A Nossa Vida Desmoronou"  é como se esse fato tivesse transformado o dia em que aconteceu  em um símbolo, algo mais forte... não sei explicar. É interessante entender essa visão de mundo quando, no meu caso, tive vários alunos com autismo, por exemplo. Isso que ajudou a refletir melhor sobre meu papel enquanto professora e educadora, e me fez querer ser alguém melhor \o/

2. O FINAL CLICHÊ E ESTUPIDAMENTE OTIMISTA

Sem mais informações. A escritora cagou o final e colocou como se tooooooooooooooodos os problemas da COMUNIDADE ESCOLAR tivessem sido resolvidos assim, num passe de mágica!


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Enfim, gostei muuuuuuito do livro (com exceção do final) e recomendo para todos, em especial para pais e professores/educadores.

Beijos da tia Lary, tchau!

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